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  • Foto do escritorAriel Farias

SUDESTE ASIÁTICO 28º Dia - Desbravando os arredores de Raylay Beach (01/12/2016)

Dia de "se mudar" para outra praia: Raylay Beach, praia essa que já ganhou o título de praia mais bonita do mundo e nos dois anos anteriores àquele, de por-do-sol mais bonito do mundo. Achei estranho quando estava fazendo o roteiro que essa praia, apesar de ficar na mesma península de Ao Nang, um pouco mais "pra baixo" só, é apenas acessível de barco. A explicação é que devido ao terreno entre as duas, formado por montanhas de calcário e mata densa, impossibilita a criação de uma via terrestre por ali (ainda bem). Mas pra chegar é mais fácil que pegar um Tuk-Tuk. Pegamos nossas mochilas e ali bem no cruzamento da avenida principal com a beira-mar, de frente pra praia, tem uma tendinha que vende o ticket de barco pra fazer esse trajeto. Na verdade, pelo menos no nosso caso, nem ticket teve, só pagamos a passagem ali pra moça e já chegou um barqueiro gritando "Raylay? Raylay" e nos encaminhou pro barco long tail. Os barcos esses fazem esse trajeto o dia inteiro até umas 19 horas, ou seja, quem está em Ao Nang e quer só passar o dia em Raylay Beach pode fazer isso tranquilamente e, dependendo da época do ano, ainda observar o por-do-sol na praia antes de embarcar de volta. Não era nosso caso, iríamos passar a noite em Raylay para tentar aproveitar ao máximo.

Pegamos então o barco cedo. O embarque é em Ao Nang mesmo, ou seja, não tem píer, tem que entrar com água até os joelhos pra embarcar. Quem usa mala grande ou vai de tênis ou calça jeans esquece... Meia hora depois já estávamos desembarcando em Raylay West, também na praia, descendo com água até o joelho.

A praia de Raylay Beach possui dois "lados" que você atravessa rapidinho por meio do vilarejo que tem ali. Dum lado fica a Raylay West, aquela que já foi considerada a praia e o por-do-sol mais bonito do mundo e do outro a Raylay East, que não possui faixa de areia e sim uma murada de contenção devido a maré bem variável que tem ali: pela manhã o mar se recolhe e cria um mangue longo e denso, encalhando tudo que é barco, e ao decorrer do dia ela vai subindo até que o mar toma conta tornando a baía totalmente navegável (mudando totalmente o cenário).

Para o sul ainda há a igualmente bonita praia de Pra Nang Beach, a uma curta caminhada de Raylay West por meio de uma trilha cheia de grutas e circundada de morros que o pessoal utiliza bastante pra fazer rapel e escalada.

Pois bem, nosso resort ficava do outro lado, na Raylay East, então descemos e seguimos pelo meio do vilarejo. E sim, você leu direito: "resort". Não há hostels em Raylay Beach, apenas resorts. Dito isso, somado ao fato de que chegávamos quase no final da nossa jornada e a essa altura não tínhamos gastado nem metade do que pensávamos, ligamos o modo "ostentação" e a partir dali, só pegamos hotel top. Claro que né, ficamos no resort mais barato que encontramos, o Raylay Princess Resort, mas mesmo assim era sensacional. E tem também o fato de que o preço de resorts na Tailândia é o preço de um hotel 3 estrelas no Brasil (pagamos 200 reais a diária), então também isso pesou, se fosse pra ficar em resort pelo menos uma vez na vida, que seja na Tailândia!

Quanto a praia, você pode até pensar que estou louco, mas te digo que lembra muito a Ilha do Mel, no Paraná. As ruelas de chão batido onde não passam carros, as construções de madeira bem humildes contrastando com hóteis de luxo, os mercadinhos bem precários com preços elevados, o fato de você cruzar de uma praia para outro pelo meio do vilarejo rapidamente, particularmente pra mim lembra bastante.

As "ruas" de Raylay beach. Os preços ao lado, pra saber mais ou menos quanto dá em reais é só dividir por 10 (um pouco mais caro que no resto da Tailândia).


Voltando então, descemos do barco, já aproveitamos para comprar a passagem de ferry para Koh Phi Phi no outro dia na lojinha que tem ali na "parte comercial" bem na entrada de Raylay West e seguimos. No caminho já passamos várias vezes pelos "moradores" mais ilustres da região, os macaquinhos (os quais os moradores sempre te lembram pra nunca deixar nada dando sopa e sempre fechar janelas do hotel pra que eles não façam aquele furtinho básico).

Nossa hospedagem, assim como todas que ficam na Raylay East, ficam rentes à mureta de contenção que mencionei e, naquela hora da manhã, com a maré baixa, o cenário é bem desolador (mas bonito) com um lamaçal a perder de vista e um monte de barcos encalhados.

A "praia" de Raylay East (tudo isso à tarde é tomado pelo mar que bate na mureta de contenção


Chegamos então no nosso tão aguardado resort hehehe. Só a recepção já é um troço diferenciado. Fizemos o check in e, como ainda era de manhã, não pudemos entrar no quarto, mas os camareiros já foram lá limpar para que entrássemos o mais rápido possível. Pra esperar, nos deram um drinque de boas vindas, uma toalha e nos encaminharam para as piscinas do terraço (que espetáculo hein?). Uma pena que ficou nublado o dia inteiro e especialmente quando chegamos tinha começado a chover, mas azar né? Entramos na piscina do mesmo jeito.

Curtindo o nosso "resort"


Até que o tempo começou a fechar mais ainda, e aí percebemos que apreciar o por-do-sol mais bonito do mundo iria ficar pra uma outra oportunidade. De qualquer forma, não seria uma chuvinha (e nem um quarto chiquetoso que ainda por cima tinha um banheiro imenso) que iria fazer a gente não aproveitar nosso único dia em Raylay Beach, então quando liberou nosso quarto, só largamos nossas coisas e rapidamente já fomos explorar a península, abaixo de chuva mesmo.

Explorando Raylay Beach


Ficamos caminhando pelo vilarejo, olhando as poucas lojinhas e mercados que tem por ali e paramos num mercadinho que possuía umas mesinhas improvisadas para almoçar e esperar a chuva dar uma trégua. Quando finalmente deu, fomos caminhando pela beira da praia de Raylay East em direção à trilha que leva à Phra Nang beach ao sul. Essa trilha na verdade não é bem uma "trilha", é um caminho, assim como as demais ruelas da praia, porém mesmo assim, até chegar na entrada não há nenhuma placa ou indicação de que este é o caminho pra Phra Nang beach (pelo menos na época não havia). Esse caminho, como já havia mencionado, é bem bonito, pois você passa por várias grutas com estalactites centenárias, rochas que o pessoal usa pra fazer rapel e escalada e é claro, muitos macaquinhos.

Bonito caminho que leva à Phra Nang Beach. Na primeira foto, uma formação rochosa meio estranha esculpida por um pingo que cai constante do teto da caverna e na terceira foto acima, um dos morros que os turistas utilizam para fazer escalada


Chegamos então a Phra Nang Beach, uma praia ainda mais selvagem que as demais, sem nenhuma estrutura (bar, cadeiras, etc), apenas uma cabaninha vazia que possuía um banheiro rústico (de repente era um bar que estava fechado devido ao mal tempo), mas com bastante gente.

Phra Nang Beach


Esta praia lembra bastante Hong Island, pois possui bem no centro uma formação rochosa imponente no meio da praia, a uns bons metros da faixa de areia mar adentro que, com a maré baixa, pode-se chegar facilmente caminhado. Em sua volta, mais paredões de rochas e mais gente fazendo escalada. Também dizem que ali, à noite, devido a ausência de iluminação artificial, é um ótimo lugar pra se observar os plânctons luminosos dentro da água. O problema é chegar lá de noite tendo que atravessar a trilha na escuridão, já que a região é conhecida por contar com cobras venenosas, escorpiões (passamos por um nessa mesma noite) e macacos, além da maré inconstante.

Apesar do tempo nublado, o que deixou o clima até um pouco fresquinho, colocamos a canga na areia e conseguimos curtir a praia, dessa vez sem a correria dos passeios de excursão.

Fazendo uma "arte"


Com a maré baixa, conseguimos também atravessar para a "ilhota" essa da formação rochosa, que é bem bonita, com algumas grutas pequenas e muitas pedras e de onde se pode admirar a praia de outra perspectiva.

Vista de Phra Nang Beach da "ilhota" que fica em frente à praia


Até que chegou uma hora em que começaram a aparecer os macaquinhos: primeiro uns 2, depois mais 2, 3 e quando vê um bando tomou conta da praia, vindos da trilha e rumando em direção aos morros de escalada ao sul.

O bando de macacos tomando conta da praia


Começou uma correria então com os turistas que estavam na areia. Uns correndo pra proteger suas coisas (já que eles são bem ladrõezinhos), uns correndo atrás dos que já tavam roubando alguma coisa hehehe e outros querendo ir atrás pra ver eles mais de perto e até passar a mão nos bichinhos (a Juju tava nesse último grupo aí).

Turistada admirada com os bichinhos (e a Juju no meio...)

Eu, com grande receio de ser mordido por um deles, fiquei só observando de longe, inclusive um estava bem agressivo e foi pra cima de um turista, depois nós olhamos e ele estava protegendo um filhote que estava no colo, bem bonitinho! Também fizeram a festa comendo oferendas que estavam depositadas num lugar bem famoso e inusitado que tem nessa praia que é a Princess Cave: uma gruta no meio das rochas toda decorada com objetos bem "diferentes" digamos assim...

Princess Cave


Sim, a caverna é cheia de pintos esculpidos, de todos formatos e tamanhos possíveis. E as pessoas vão ali fazer oferendas para a tal de princesa. Bem divertido mas cheio de mosquitos bem chatos, então não conseguimos ficar muito para analisar melhor os objetos hehehe.

Tem muitas lendas sobre o porquê da caverna da princesa ser cheia de pirocas, mas a mais provável é que representa a deusa Shiva, cuja representação mais comum é o objeto fálico, assim como nos demais templos hindus.

Chegando o fim da tarde e pra não pegar a trilha de noite, fomos retornando pro nosso hotel dar uma descansada no nosso luxuoso quarto.

Chegada a noite e com a chuva dando uma trégua, fomos conhecer a vida noturna de Raylay Beach. Esta se concentra nas "pontas": na beira das praias de Raylay East e Raylay West e é composta por barzinhos mais "intimistas", sem baladas ou com shows e música alta como nas outras praias, sendo um lugar mais pra curtir de casal mesmo. No miolo também tem alguns barzinhos mais roots, mas também 100% só frequentado por turistas.

Primeiro fomos até Raylay West. O legal ali é que os barzinhos que tem na beira da praia não disponibilizam cadeiras nem mesas. Ao invés disso eles estendem cangas na beira da praia e acendem velas pra tu se sentar e comer e beber ali, bem legal!

Na beira da praia de Raylay West à noite


Nessa noite, mesmo com toda a chuva que caiu o dia inteiro, os bares estenderam as cangas na praia de qualquer jeito, só que a areia tava meio úmida então não nos encorajou muito. Vale lembrar que os preços desses bares são "normais" pro padrão Tailândia, pouca coisa mais cara do que em Ao Nang em comparação, mas pro nível deles (beira da praia paradisíaca, luz de velas, garçom te levando bebidas na areia) é muito barato! Aquele tipo de lugar que se é no Brasil só a elite frequentaria.

Seguimos então para Raylay East. Essa ponta possui mais opções de bares e até uns mercadinhos de bugigangas. Uns até tinham música ao vivo no estilo violão e voz. Escolhemos um lugar pra jantar que achamos o mais "aconchegante", um barzinho onde as mesas ficavam em cima de um tablado de bambu, em cima do mangue, com mesinhas curtas estilo japonesas e ao invés de cadeiras, almofadas no chão. Show de bola!

Comemos as nossas comidas preferidas de sempre hehehe (fried rice), só que dessa vez, aproveitando a ocasião, demos uma esbanjada e adicionamos umas violinhas fritas à nossa janta (delícia!).

Curtindo um barzinho super aconchegante em Raylay East


Depois da janta demos mais uma volta por toda a extensão de Raylay East. Achamos um bar que tava tocando música ao vivo, um tailandês tocando no violãozinho umas músicas de boteco. Como já tínhamos esbanjado demais na janta pra entrar em outro bar, pegamos umas cervejas num mercadinho e sentamos na mureta de contenção do mar em frente ao bar e ficamos curtindo o sonzinho "de graça". O legal que a essa hora da noite a maré está alta, então o mar batia praticamente na mureta, bem bonito.

Mar já batendo na mureta

Foi nessa hora também que olhamos pro lado e quando vimos havia um escorpião nos encarando. Deixamos ele quieto e fomos seguindo de volta pro nosso hotel aproveitar mais um pouco a nossa suíte luxuosa hehehe

Nosso quartinho chique (tínhamos que avacalhar com as roupa estendida na sacada né)




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