Acordamos cedo com a esperança que o sol fosse aparecer, mas não, pelo contrário, o dia amanheceu com chuva forte. A ideia de hoje era fazer o passeio pra Maya Bay, a praia mais famosa da Tailândia. Como não há necessidade de agendar o passeio com antecedência já que existem infinitas agências de turismo na ilha que fazem o mesmo passeio: passando por várias ilhas, pontos de mergulho e, no fim, Maya Bay, deixamos pra ver na hora que acordássemos como estaria o tempo e, se estivesse pelo menos "não chovendo", nós iríamos. Mas não foi o caso, amanheceu um dia horroroso e chuva a pino, então Maya Bay ficou para uma outra oportunidade (e uma boa desculpa pra voltar pra Koh Phi Phi um dia não?). Mas se o passeio foi por água abaixo, ainda tínhamos uma esperança de começar bem o dia com um café da manhã que prometia ser daqueles! Ainda por cima tomado na beira da piscina com borda infinita e vista para o mar de Andaman. E o café até que era bonzinho, com bastante comida. Nada comparado ao café da manhã de hóteis brasileiros, mas para café de hostel tinha bastante coisa até, e com aquela vista... podia ser até um pão com água que seria bom!
Tomando o café-da-manhã no hostel (mesmo com chuva a vista é incrível), ainda comemos com um amigo peludo
Após o café, com a chuva não dando trégua, fizemos uma coisa até então inédita nos nossos 30 dias na Ásia: ficar de bobeira dentro do quarto. Aproveitamos para "apreciar" uns programas de TV tailandeses. Todos os poucos canais da TV local passavam programas de auditório estilo Ratinho e Silvio Santos só que ainda mais bregas, muito bizarro. Infelizmente (ou felizmente) como era tudo em tailandês não conseguíamos entender nada.
A chuva foi parar lá pelo meio-dia, foi quando então na saída pra procurar algum lugar pra almoçar decidimos que a tarde iriamos fazer a trilha até Long Beach, seguindo direção leste de Phi Phi. Comemos então em outro restaurantezinho caseiro que encontramos no caminho e nesse a Juju se surpreendeu na forma como serviam o Pineapple Fried Rice, dentro do abacaxi! Muito bonito e, pelo menos pra Juju, delicioso.
Long Beach é considerada a praia de maior extensão da ilha (por isso o nome) e fica a uns 40 minutos do pier a pé por uma trilha barbadinha costeando o mar que não é bem trilha, já que a sua maior parte é asfaltada e bem sinalizada.
Trilha para Long Beach
No meio da trilha, uma parte muito interessante e bonita é quando chega-se na Viking Beach, uma enseada no meio da mata e que possuía na época um hostel literalmente "pé na areia", com as acomodações praticamente dentro do mar e tudo muito roots, nem luz elétrica tinha no lugar e a geladeira que vendia bebidas era um isoporzão com gelo.
Viking Beach
A partir dali é que a trilha fica com mais cara de trilha, passando por dentro de uma mata mais fechada até chegar num caminhozinho que desemboca na Long Beach.
Long Beach é uma praia bem família. Como as hospedagens ali são estilo resorts onde só se chega de barco (no caso do pessoal que viaja com malas), não tem mochileiros, a não ser os que passam o dia ali depois de fazer a trilha. As águas eram mornas e transparentes de um jeito absurdo, além de tranquilíssimas, permitindo à pessoa ficar ali boiando e aproveitando a vista magnífica dos morros por horas.
Foi o que fiz por um bom tempo, até que começou a fechar o tempo e então, com medo de começar a chover novamente e nós sem guarda-chuva e nenhum lugar pra se abrigar, resolvemos voltar pro centro. Daria pra ficar um dia inteiro ali boiando naquela água se estivesse um dia bom. Na volta demos uma passeada pelas lojinhas do centro e aproveitamos para comprar o ticket para o ferry do outro dia para Ao Nang. Acho que eles estavam vendendo pouco porque mal cheguei para comprar, nem falei nada e o vendedor já foi me dando desconto hehehe.
Voltamos pro hostel pra dar uma descansadinha da caminhada e, como a chuva não apareceu, sugeri de subirmos no mirante de Koh Phi Phi. A Juju estava cansada e queria ficar na piscina mas, como já tínhamos perdido a manhã toda por causa da chuva e não sabíamos se um dia voltaríamos pra Koh Phi Phi, podendo ser a última oportunidade de contemplar a vista espetácular da ilha no mirante (além do mais, piscina tem em qualquer lugar né?) consegui convencê-la a ir, meio a contragosto é claro hehehe.
O mirante de Phi Phi (Phi Phi Viewpoint) é um ponto numa parte mais alta da ilha onde é possível observar a "junção" das duas partes da ilha e as praias de Ao lo Dalam e Tonsai, além de ser uma rota de fuga de tsunamis.
Aliás, eu não havia comentado ainda, mas o Tsunami de 2004 (aquela tragédia), mudou radicalmente a vida nas praias do Mar de Andaman. Tanto Ao Nang, Raylay Beach e principalmente Koh Phi Phi, começaram a contar com rotas de fuga bem delimitadas, com demarcações e cartazes em todos os cantos indicando o que fazer e para onde ir em caso de Tsunamis, além da implantação de sistemas de rastreio de ondas e sirenes de anunciação de tremores.
Phi Phi então foi radicalmente atingida pela tragédia e quando estivemos lá, 12 anos depois, ainda se observava marcas de destruição causadas pelo Tsunami sendo isso então uma preocupação extrema da ilha, o que contribuiu para que lugares como o Viewpoint se tornassem mais acessíveis. Como se tornou um ponto bastante procurado porém, foi transformado em atração turística e tem-se que pagar uma taxa (irrisória) numa parte do caminho para acessar o mirante.
Como na frente do nosso hostel havia uma placa com uma seta e Viewpoint escrito, além de um casal que estava voltando de lá informar que era uns 10 minutos caminhando dali, seguimos sem receio. Nosso hostel já era um dos últimos da parte "civilizada" da ilha, então mal começou a trilha para o mirante já estávamos numa mata meio fechada. Essa trilha é bem sinalizada, o problema é que é uma subidinha em zigue-zague meio puxada, ainda mais somado a que já tínhamos caminhado até Long Beach nesse dia. Os 10 minutos do casal se tornaram rapidinho 25, mas o pior de tudo eram os mosquitos importunando, infestado deles no caminho!
Caminhozinho complicado pra chegar ao mirante (a tremedeira da foto é por causa dos mosquitos)
Chegando no mirante, se paga na entrada de um portão um tiozinho que estava quase dormindo na cadeira um valor simbólico (se não me engano era uns 30 baths) e o lugar conta com um barzinho improvisado, banheiros, uns bancos aqueles de praça para sentar e algumas intervenções artísticas, tudo bem "feito para turista" mesmo. Mas a vista é espetacular, apesar dos milhões de turistas fazendo barulho e posando pra selfies.
Na época esse era o Viewpoint oficial, mas olhando no Google Maps hoje já se observa pelo menos mais 2 viewpoints sinalizados. Uma pena que, assim como o dia inteiro, estava nublado. Se não estivesse, naquela hora estaríamos apreciando um por-do-sol inimaginável!
Vista das praias de Ao lo Dalam de um lado e Tonsai no outro, fazendo a "junção" da parte leste com a oeste da ilha
Para voltar, pegamos um outro caminho mais longo que dá no centro. Mais longo mas bemm mais acessível, não tão íngreme e menos "na selva", ou seja, sem mosquitos. Acabou que levamos menos tempo do que na ida.
No finalzinho da tarde então, demos uma descansada na piscina curtindo um visual incrível antes de se prepararmos pra curtir mais uma noite em Koh Phi Phi. Como a Lei de Murphy é implacável, as nuvens estavam finalmente indo embora e podia-se observar até uns tímidos raios de sol distantes atrás dos morros.
À noite, rumamos então novamente para os barzinhos na beira da praia com seus shows pirotécnicos.
No fim, depois de toda caminhada durante o dia, estávamos mais cansados que na noite anterior, então ficamos pouco tempo ali observando os gringos enchendo a cara e curtindo, jogando pong beer e assistindo o show pirotécnico dos tailandeses, idêntico ao do dia anterior (haja preparo físico e concentração).
Pong beer e shows pirotécnicos
Depois pegamos umas cervejas no mercadinho e fomos dar uma volta pelo centro, totalmente deserto àquela hora da noite, já que toda a população da ilha se manda pras festinhas em Ao Lo Dalam. E assim encerramos nossa segunda e última noite em Koh Phi Phi, já aguardando o dia que voltaremos a essa ilha maravilhosa aproveitar suas belezas e suas "so much partys".
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