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  • Foto do escritorAriel Farias

SUDESTE ASIÁTICO 27º Dia - Fazendo o passeio pra Hong Island (30/11/2016)

Agora sim! Dia de conhecer as praias paradisíacas do arquipélago do mar de Andaman. Este arquipélago compõem-se de diversas ilhotas que podem ser visitadas a partir de Krabi. Para isso só há duas opções, ou fazer um passeio com as milhares de agências de viagens que existem na cidade ou contratar um barco particular pra te levar. Quem nos acompanha já sabe que não gostamos de nenhuma das duas opções, sempre preferimos fazer as coisas de forma independente mas, nesse caso, pela falta de opções, escolhemos ir pela forma mais barata, contratando um passeio com agência.

As opções de passeios oferecidos em Krabi são os mesmos em qualquer agência, variando as ilhas que são visitadas e o tempo de visita, alguns de meio-dia e outros de dia inteiro. Também muda a opção de barco: long tail boat (barquinho de madeira mais barato) e Speed boat (mais caro).

Claro que, se você está num grupo grande pra rachar o valor, vale mais a pena contratar um barqueiro particular, que inclusive pode fazer o itinerário que você quiser e pelo tempo que quiser, diferente dos passeios com agência que é sempre aquela coisa cronometrada e tu mal chega nos lugares e já tem que ir embora.

Pelo nosso pouco tempo na cidade, só iriamos conseguir fazer um dos passeios e, pesquisando bastante, vimos que o que o que os visitantes diziam ser o mais imperdível e com as praias mais bonitas era o passeio para Hong Island (outro que também merece atenção é o que visita a James Bond Island, uma ilha que serviu de locação para um dos filmes do James Bond). Você pode conferir os passeios disponíveis aqui: https://bigtourkrabi.com/. Como já dito no post anterior, conseguimos fechar o passeio por 1200 baths para nós dois, com almoço incluído e, cedo da manhã já estava na frente do hostel o carro da agência para nos pegar.

Como toda cidade hiper turística, esse negocio das agência é uma coisa que nunca entendemos. No dia anterior fechamos com uma, daí na hora de nos buscar veio o carro de outra e este nos levou até o barco que tinha junto umas 3 agências diferentes, ou seja, no fim tanto faz a agência que tu escolher, todas trabalham juntas compartilhando os clientes. Por isso não faz sentido nenhum dizermos que recomendamos a empresa x ou y.

A vanzinha da agência te leva então até o píer Klong Heng Pier, que fica uma praia "acima" de Ao Nang, a praia Nopparatthara, uma praia menos bonita e menos movimentada, mas onde fica o encontro do mar com o rio Son, o que permite que barcos maiores atraquem e por isso é ali que se localiza o píer oficial de Ao Nang. Ali nas sombra das Palmeiras fomos apresentados ao nosso barqueiro e guia, um cara com a maior pinta de pirata asiático, um cara bem tranquilão daqueles que você percebe que vive numa rotação infinitamente mais baixa que a nossa e que, num inglês tenebroso, nos explicou numa calma agoniante o itinerário do dia.

Nosso guia do dia

Partimos então pra primeira parada, a Hong Lagoon, uma "lagoa" de águas de uma cor de esmeralda absurda, que só é possível ser visitada antes do meio-dia quando a maré está alta. É chamada de lagoa pois fica cercada por formações rochosas e a sua entrada é por uma estreita e única abertura entre as rochas, que chamam de porta da Hong Lagoon. No caminho se consegue observar várias das outras ilhas, que fazem parte dos outros pacotes de passeios, como a Chicken Island (que tem um morro que parece uma galinha mesmo) e o Shark Point, onde dizem ser o ponto onde você pode nadar com os tubarões, entre tantas outras.

Os icônicos paredões das ilhas do Mar de Andaman


Antes de chegar na lagoa, demos uma parada em alto mar, próxima a uma formação rochosa para mergulhar com snorkel, o problema é que o imbecil aqui, que não usava um snorkel a muitos anos, assim que mergulhou deixou cair o tubo respirador embaixo d´água. Sorte que a Juju, usando as suas habilidade de mergulhadora, conseguiu mergulhar e resgatar o tubo, mas daí já era hora de levantar âncora (como já mencionado, esses passeios prontos são sempre uma correria...).

Fomos então em direção à porta de entrada da lagoa. O barco vai entrando então no meio dos paredões rochosos numa passagem que só cabem dois barcos (mão-dupla) e então quando vê você está cercado pelos paredões, numa lagoa de uma cor verde espetacular.

Hong Lagoon (olha a cor dessa água!)


Mesmo nublado que estava o dia, a cor da água já era magnífica, com sol a pino então deve ser ainda mais deslumbrante. O "problema" é que a água é turva e dizem que o fundo rochoso não atrai muitos peixes, então não deu pra fazer snorkel, mas o banho ali naquela praticamente piscina natural, cercado por aqueles paredões, é muito surreal.

Pouco feliz a Juju...


Por estar se aproximando do meio-dia e com medo de encalhar o barco com a baixa da maré, não pudemos ficar muito na lagoa e rapidamente o guia nos chamou pra sair da água e já seguimos com o passeio.

Saindo pela porta da Hong Lagoon

Contornando as rochas então, rapidinho já chegamos ao carro-chefe do passeio, a praia de Hong Island. Um paraíso!

Desembarcando no cais flutuante improvisado, primeiro pagamos ali mesmo prum carinha que diziam ser o fiscal, a taxa de preservação ambiental para entrar na linha, que não era incluso no pacote e custava à época 300 baths por pessoa. Dali já fomos direto para o almoço incluído no passeio numa das únicas duas "tendas" comerciais que tem ali na praia, que era bem simples mas bem reforçado e àquela altura com a fome que estávamos estava delicioso! Frango com muuuito arroz e podia se servir de salada à vontade, que acabou em segundos... Comemos, pegamos nossa Chang e fomos então curtir aquela praia paradisíaca.

Hong Island

A Hong Island até tem uma faixa de areia grande, mas como na parte de desembarque dos barcos eles põem um cordão de isolamento pra você não passar, o pessoal meio que se concentra no canto esquerdo de quem olha pro mar, que é com certeza a parte mais bonita, fechada por paredões rochosos formando praticamente uma piscina, perfeito pra fazer snorkel ou só relaxar nas águas calmas. Queríamos tanto aproveitar o momento que nem tiramos muitas fotos.

Aproveitando a Hong Island


Perdi a hora de quanto tempo ficamos ali até que, cansados dessa vida difícil de ficar indo e vindo da areia pro mar hehehe fomos se sentar na mesa aonde estavam nossas coisas com nosso grupo. Ficamos conversando com o nosso guia e um outro casal (tentando na verdade, porque o inglês dele era terrível), até que ele começou a perguntar se a gente queria ver um crocodilo. Eu não entendi nada mas o casal falou que ele dizia algo do tipo: "alligator" e depois se postou de pé e começou a caminhar no meio das árvores que ficam pra parte de dentro da ilha que, inclusive dizem ter uma trilha que te leva à Hong Lagoon. Quando finalmente entendemos o que ele quis dizer, fomos atrás dele pra conferir e, mal chegando na parte mais densa da floresta já pudemos observar o que era na verdade um lagarto (aqueles grandões tipo dragão de komodo), bem grande e um menor que parecia ser o filhote. Muito legal!

Indo em busca dos lagartos da ilha


De volta a nossa mesa, começamos então a se dirigir para o cais flutuante voltar pro barco e seguir viagem. Claro que dá vontade de passar o dia inteiro nessa praia, mas dessa vez não deu pra reclamar, pudemos ficar bastante tempo e deu pra curtir o lugar.

Retornando pro barco no emocionante píer flutuante improvisado


Já estávamos naquela deprê quando nosso guia informou que iriamos dar uma parada em outra praia antes, o que não estava previsto no cronograma e, não sei se porque o barqueiro estava de bom humor ou se tava muito cedo ainda, mas rumamos pra lá dar uma conferida (feito!). No dia não soubemos onde estávamos e nem perdemos tempo olhando GPS, mas depois pesquisamos e vimos que trata-se da Koh Lao Lading, outro paraíso!

praia Koh Lao lading

Essa praia é ainda mais espetacular! uma curta faixa de areia rodeada por paredões rochosos e, pra fazer snorkel é sensacional pois tem uma formação de corais muito próximo, que deu pra ver muitos peixes coloridos e outros animais marítimos. Eu, na época nem um pouco acostumado a mergulhar (como se hoje em dia já estivesse...), fiquei até com medo quando fui um pouco mais longe no mar e comecei a observar arraias, lulas e moréias, e voltei rapidinho pra areia hehehe.

Aproveitando o mergulho nessa ilha paradisíaca


Ficamos bem pouco tempo ali, deu tempo só de cada um de nós mergulhar e depois fazer um pequeno reconhecimento daquela parte da ilha, que conta com uma gruta onde fazem oferendas e mais pra dentro uma mata fechada rodeada de gatos.

No fim da tarde então, fomos retornando em direção ao píer Nopparatthara, na mesma praia de onde partimos pela manhã, aonde o barco nos deixou e, após o desembarque pegamos a van da agência que estava nos esperando, de volta ao nosso hostel.

Chegando na praia Nopparatthara


Mal descemos no nosso hostel, só deu tempo de tomar banho e já partimos pra beira da praia de Ao Nang observar o por-do-sol (acompanhados de umas Changs, é claro), porém este dia estava nublado e não deu muito certo. Fomos caminhando então pelo calçadão e dessa vez resolvemos ir sem rumo até onde terminasse a "civilização". Chegando quase na próxima praia (a Nopparatthara), a avenida faz um desvio "pra dentro" e chega num pedaço onde termina o comércio e começa uma parte só com resorts e hotéis de luxo. Antes porém, passamos por uma feirinha só com comidas de rua bem roots, com tudo muito barato. Paramos pra comer um Pad Thai de janta e tomar um daqueles sucos tri bons feitos na hora, igual aos que havíamos provado em Bangkok e Chiang Mai. Descobrimos então mais um lugar imperdível em Ao Nang.

Comida de rua em Ao Nang

E por falar em atividades na cidade, também é possível assistir lutas de Muay Thai, o que só vale a pena se você é muito fã ou não conseguiu acompanhar esse espetáculo em Bangkok ou Chiang Mai, já que em Krabi, além de sair bem mais caro a brincadeira, dizem que o estádio é bem furreca. Bom é que tem um ônibus (uma van) gratuito que te leva e trás do estádio. Essa van passa a noite toda pela avenida principal com um alto-falante gritando: "muay-thai! muay thai!" (no começo é engraçado, mas depois ela passa tanto por ti que começa a encher o saco.

Depois de jantados, fomos voltando pela avenida à beira mar olhando as lojinhas. Estávamos conversando com um vendedor de uma delas e este, depois que falei que eu era brasileiro me comentou que havia ficado bastante chateado com a queda do avião de um time de futebol que havia acontecido na madrugada. Na hora não entendi nada e só concordei. Durante a tarde daquele dia (madrugada na América do Sul) havia ocorrido a tragédia da Chapecoense, com a queda do avião da delegação do time que estava indo para a Colômbia participar da Final da Copa Sulamericana e a sobrevivência de apenas seis passageiros.

Para fechar a noite, fomos novamente no barzinho meio escondido curtir a bandinha cover da noite anterior. Novamente, tocaram muito e fizeram a festa do bar.

Curtindo mais uma vez a banda Art of Fury


Dessa vez não ficamos até o fim do show, resolvemos guardar energias pois na manhã seguinte embarcaríamos cedo para Raylay Beach, então só demos mais uma volta nas lojinhas e já voltamos pro hostel pra dormir.

Cheguei no hostel e fui pesquisar o que o vendedor tailandês tinha me falado sobre o avião do time de futebol que caiu e fiquei sabendo da história da Chapecoense. Confesso que ali na hora deu uma brochada na viagem. Muitos jogadores que morreram na tragédia tinham passado pelo Grêmio a pouco tempo, inclusive o Matheus Biteco, cria do Grêmio e que tinha 21 anos no dia do acidente. O próprio treinador Caio Júnior também. O que nos deu uma levantada no astral foi a grande demonstração de solidariedade dos torcedores do Nacional de Medellin, que mesmo sem acontecer o jogo, lotaram o estádio Atanásio Girardot em Medellin (estádio que conheceríamos no ano seguinte) todos de branco para homenagear os jogadores da Chape. Mais tarde também abririam mão do título para sagrar a Chape campeã da Sulamericana.

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