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  • Foto do escritorAriel Farias

SUDESTE ASIÁTICO 19º Dia - Visitando o Buda Gigante em Lantau (22/11/2016)

Mais um dia que amanheceu horroroso, com muita chuva e frio. Por causa disso (e por causa da Juju estar gripada), ficamos mais um pouco na cama e partimos para conhecer o Buda Gigante sentado já no meio da manhã. É interessante notar que em Hong Kong o dia começa um pouco tarde para os nossos padrões: as lojas e os serviços começam a abrir lá pelas 10 horas da manhã, mas em compensação, ficam até altas horas da noite funcionando. A grande estátua do Buda sentado fica localizada na ilha de Lantau, a maior ilha do arquipélago e a mesma em que se localiza o aeroporto, portanto, para chegar lá tivemos que pegar o metrô até a última estação da ilha, a Thung Chung, a mesma em que havíamos pego o metrô na chegada à cidade.

Lá se tem 3 opções para se chegar na vila onde fica a estátua do Buda: de ônibus, de teleférico e a pé por trilhas. Ir a pé é uma ótima opção para dias de sol e pra quem tem bastante tempo em Hong Kong, já que algumas trilhas podem levar o dia inteiro. Ônibus é a forma mais barata mas, como o teleférico (Ngong Ping 360 o nome dele), que passa em meio a floresta atlântica, é considerado o mais longo da Ásia (pelo menos na época) e oferece vistas espetaculares da ilha de Lantau, é uma atração por si só, resolvemos ir por este meio de transporte.

A fila pra pegar o teleférico começa ali na saída do metrô mesmo e é sempre bem grande, acho que ficamos mais de uma hora para pegar o bendito. Havia dois tipos de vagão, o normal e um que possui o chão transparente.

Mapinha do Ngong Ping 360 e "pequena" fila para embarcar no vagão


Como o normal era bem mais barato, foi esse que pegamos.

Nóis no teleférico

Como dito, com o templo nublado e com chuva, a visibilidade não era das melhores, quando começou a subir se conseguia até enxergar alguma coisa e deu pra aproveitar a vista. A ilha é bem arborizada e muito pouco povoada, sendo a maioria das povoações formadas por vilas de pescadores, com bastante trilhas "no meio do mato" que devem ser bem bonitas de se fazer (dava pra enxergar vários pontinhos no meio do mato as percorrendo).

Vista da ilha de Lantau no início da subida do teleférico


Já havíamos conhecido boa parte da ilha quando pegamos o ônibus do aeroporto em direção à Estação Thung Chung (no único dia em que vimos sol em Hong Kong) e havíamos ficado bem impressionados pela natureza do lugar.

Mas, assim que o teleférico começou a subir mais e a "entrar" dentro da floresta, entramos numa nuvem e não enxergamos mais nada, até que era bonito, parecíamos estar dentro dum "limbo".

Entrando no meio da floresta (e no meio das nuvens)

Quando as nuvens deram uma pequena trégua, conseguimos avistar a estátua do Buda lá adiante em cima da montanha, bem impressionante!

O Grande Buda sentado dando às caras

25 minutos depois, chegamos na base do complexo onde fica o Buda, a Ngong Ping Village, uma vilinha bem bonita e típica chinesa (toda artificial, montada para o turismo, mas bem legal) criada especialmente para receber (explorar) os turistas que vão até lá visitar a estátua.

Ngong Ping Village (lá no fundo a estátua do buda)


Dali da descida do Ngong Ping 360 é ainda uma boa caminhada até a estátua do buda e no caminho se passa por várias "atrações" como lojinhas de souvenires, brinquedos interativos e exposições em homenagem ao cinema de Hong Kong.

"Brinquedos" interativos na Ngong Ping Village


Há também um pequeno cinema voltado para lançamentos de filmes (quando fomos, estavam lançando o filme "Ip Man 3").

Cinema em homenagem aos filmes de Kung Fu

Apesar do local extremamente turístico, os preços das lembrancinhas foram os mais baratos que encontramos em Hong Kong, então aproveitamos pra levar várias bugigangas para os amigos e parentes. Há muitas críticas ao local dizendo que a experiência espiritual budista foi transformada em uma simples atração turística (como se nos outros templos budistas não houvesse exploração turística também).

Atravessando o portão que leva "à zona do Buda" propriamente dita, primeiramente se passa num corredor com 12 estátuas de guerreiros (the twelve generals), cada um portando uma arma diferente representando os doze signos chineses, num espaço muito bem limpo e organizado.

Caminho dos "doze generais" e Portão que leva ao Grande Buda


Atravessando este jardim, chega-se então finalmente ao lugar onde se localiza a grande estátua do Buda sentado.

O Grande Buda (Tian Tan) foi construído no ponto mais alto da ilha de Lantau e é uma extensão do Mosteiro Po Lin, que fica logo abaixo. A estátua tem como base uma folha de lótus e está rodeada por pequenas estátuas de deuses que representam a imortalidade. A construção da estátua do Grande Buda terminou no dia 28 de dezembro de 1993, tornando-se na época a maior estátua de buda sentado do mundo (hoje já não é mais).
Tian Tan (Grande Buda sentado)

Para se chegar à base da estátua, tem-se ainda que subir uma escadaria de 268 degraus (é, sempre tem que pagar uma penitência nums lugares assim). Aproveitando que a chuva havia dado uma trégua e que ainda não estávamos tão cansados, fomos logo subir a escadaria e apreciar o Budão lá de cima e a linda vista de Lantau, para só depois ir conhecer o resto das dependências do monastério.

Iniciando a "subidinha" (Juju fingindo que não estava cansada)


Na subida já dá pra se ter uma bela vista da ilha e de Hong Kong, com certeza num dia de sol deve ser espetacular.

Belíssima vista do mar e do Monastério Po Lin


Chegando lá, você não consegue subir nos pés do buda, o máximo que dá pra ir é até a sua base, que é uma flor de lótus gigante onde dentro possui um pequeno museu contando sobre budismo além de mostrar a história da construção do monumento. Pra nós foi bom ter esse lugar ali pois a chuva apertou nesse momento e assim conseguimos nos abrigar um pouco.

Grande Buda sentado na flor de lótus. Não, o Buda não é nazista! dá uma lida no link abaixo para saber mais sobre o símbolo aquele ali que tem no peito dele.

A estátua do Buda é bem imponente e majestosa. Neste site aqui dá pra conferir todos os simbolismos da estátua e saber mais sobre ela: https://semlimites.net/desvendando-os-simbolismos-do-buda-de-hong-kong-tian-tan-buddha/

Aqui também tem uma dica: o valor que você paga na entrada do museu também serve de crédito para você usar na lancheria do Monastério lá embaixo. Pagamos 33 HK dólares cada um e pudemos usar todo esse valor para almoçar depois!

As estátuas que tem em volta do monumento, na base do Buda e que representam as Bodhisattvas, entidades budistas que são venerados por ajudar os mortais a alcançar a iluminação, são bem impressionantes também.

Estátua das Bodhisattvas

Depois da visita ao Buda, seguimos para o Monastério Po Lin, que é considerado um dos maiores do mundo.

Mosteiro Po Lin

No caminho se atravessa o local onde se fazem as oferendas, uns incensários gigantes com incensos de tudo que é tamanho, uns até mais grossos que um poste de luz, fica uma fumaceira absurda em frente ao mosteiro e você chega lá defumado.

Se defumando um pouco


O mosteiro é muito bonito, em estilo tibetano por fora, com suas vigas e estruturas do teto bem coloridas.

Bonita fachada do Mostéiro Po Lin


Lá dentro fica o salão dos 10 mil budas, e a entrada não é permitida (pelo menos naquele dia), fazendo os turistas todos se aglomerarem no hall de entrada pra dar uma olhada no seu interior (também era proibido fotografar).

Depois de passar a manhã toda pegando chuva, paramos então para almoçar na lanchonete do Monastério (pouco capitalistas esses monges hein?), todo com comidas vegetarianas e num estilo meio fast-food. Com o valor de crédito que tínhamos não deu pra se empanturrar com muita coisa não mas conseguimos comer um noodles bem bom, um bolinho de vegetais e um chá gelado de Oolong Tea (da marca Coca Cola) que a Juju se viciou.

Oolong Tea da Coca-Cola

Ali também tem um restaurante, mas daí já não era pro nosso bico ($$$).

Depois de almoçados, ficamos um tempo embaixo de um toldo em frente ao monastério esperando a chuva passar junto com outros turistas quando de repente aparece um visitante inesperado: uma vaca aparece do nada revirando as latas de lixo na nossa volta. A princípio, como estávamos numa parte mais alta, subindo umas escadas, pensamos: "ela não vai vir aqui, não tem como uma vaca subir as escadas". Até que ela começou a subir lentamente as escadas indo na nossa direção. Fiquei cagado de levar um coice ou uma mordida do bicho (vai saber né) e me escondi atrás do pilar, mas ela tava nem aí, ficou ali no meio dos turistas (com a Juju junto), só vendo se alguém ia dar comida hehehe.

Querendo se enturmar (e comer). Na última foto, ache o Ariel.


Havia uma trilha que queríamos fazer ali por trás do monastério que leva ao Wisdom Path (caminho da sabedoria), um caminho onde há entalhado em letras chinesas em troncos de madeira dispostos lado a lado (formando o símbolo do infinito) o "mantra do coração", que havíamos visto fotos e achamos bem bonito, mas como já tínhamos tomado chuva demais e ela estava começando a ficar mais forte, ficamos pensando se valeria a pena fazê-la. Resolvemos encarar, afinal, quando voltaríamos a esse lugar? Compramos o guarda-chuva mais barato de uma das vendinhas em frente ao monastério, a Juju comprou aqueles chapéis de camponês chineses em forma de cone (que foi um trambolho pra levar no resto da viagem) e seguimos o caminho por detrás do mosteiro.

Seguindo a trilha para o Wisdom Path


A primeira parte é só mato e, apesar do guarda-chuva, se molhamos bastante. Paramos num sobrado para nos abrigar bem próximo da entrada mesmo do Wisdom Path, junto com uns turistas chineses e ficamos conversando com eles um pouco.

Paradinha pra se abrigar da chuva. O portão ali mais a frente leva para uma outra trilha no meio da floresta.


Quando a chuva finalmente deu uma trégua, seguimos ali para o Wisdom Path e realmente valeu a pena, o lugar é muito bonito e tem um silêncio hipnotizante.

Wisdom Path e o Mantra do Coração


Não ficamos muito tempo lá por causa da chuva, então rapidinho começamos nossa jornada de volta para Kowloon. Escolhemos voltar de ônibus, tanto por causa do preço quanto para conhecer outra parte da ilha e da baía, já que pegamos o ônibus até um terminal de ferrys que fica numa vila de pescadores e de lá pegaríamos um ferry para a ilha de Hong Kong (também dá pra pegar um ônibus que leva direto ao terminal Thung Chung de metrô, na base do teleférico).

Juju faceira com seu chapéu chinês

O terminal de ônibus lá do Buda fica bem entre o portão que dá acesso ao monastério e a Ngong Ping Village, no caminho passamos por mais um monte de vacas soltas, umas inclusive nas paradas de ônibus. Não sei se tinham fugido de algum lugar ou é o horário que elas passeiam por lá hehehe.

Terminal de ônibus do Big Buddha e a Juju fazendo amizades


Para pegar o ônibus é bem fácil, em cada parada e no próprio ônibus tem o nome do terminal que ele vai em inglês e com os horários que ele passa ali.

Quase uma hora depois, atravessando um caminho basicamente só de floresta, com pouquíssimas casas (mas tudo asfaltado) chegamos no terminal de ferrys de Mui Yo, uma pequena vila de pescadores mas muito bem organizada, com colégio, hospital e tudo mais. O ferry sai bem na hora de chegada do ônibus (deve ser sincronizado com certeza). Descemos e já entramos nele em direção à ilha de hong kong. Este é bem mais moderno que o Star Ferry (é outra empresa que faz o trajeto), todo fechado, o que acabou sendo horrível pois estávamos ensopados, com frio, e o ar condicionado ligado a toda, quase tivemos uma hipotermia.

Mortos de cansados, enfim voltando para Hong Kong depois de uma hora de ônibus e mais uns 50 minutos de ferry. À direita, o prédio "do Batman Cavaleiro das Trevas".


Mais uns 50 minutos de viagem em que dormimos a grande parte, chegamos no píer central da Ilha de Hong Kong. A chuva parecia ter dado finalmente uma trégua então aproveitamos um pouco o começo de noite e o bonito céu que estava aquele dia, e ficamos na passarela que liga o píer à cidade apreciando um pouco das luzes da ilha, inclusive ficamos impressionados com uma loja da Apple que havia ali que era gigantesca e estava lotada de gente (loja da Apple no Brasil naquela época não existia).

"Skyline" da ilha de Hong Kong e a loja gigantesca da maçãzinha


A ideia inicial era voltar de Star Ferry, mas como estávamos mortos de cansaço pegamos o metrô ali mesmo, já que a estação que desceríamos, a mais próxima do nosso hostel, era praticamente dentro do mesmo prédio. Chegando no hostel, para evitar ficarmos gripados (no caso da Juju, "mais" gripada ainda), tomamos um banho bem quente, bebemos um chá que havia disponível ali na portaria e fomos nos deitar.

Mais à noite, aproveitando que acabara a chuva, demos mais uma volta ali por perto do hostel mesmo.

Fomos até a temple street olhar o movimento e depois, não querendo gastar aquela grana toda para comer na rua, compramos um noodles no 7 Eleven e levamos para comer no hostel. Eu comprei o mais simples (e barato) só pra matar a fome mesmo. Já a Juju quis comprar um mais "elaborado" e acabou se dando mal: o negócio era apimentado que um diabo e ela não conseguiu comer inteiro. Ainda ficou com uma azia desgraçada depois.

Noodles do diabo!




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