O Aeroporto internacional de Medellin, assim como acontece em diversas cidades brasileiras (como o Aeroporto de Guarulhos em São Paulo por exemplo), fica na cidade vizinha de Rionegro, a uns 25 quilômetros do centro de Medellin. Só que, no caso de Medellín, essa cidade não fica exatamente numa região metropolitana, e sim de serra. A estrada pra chegar lá passa por estradinhas de pista única bem sinuosas, numa subida constante, o que faz com que o trajeto até lá normalmente passe de uma hora e meia em horário comercial.
Nosso voo para San Andrés estava marcado para as 15h10 e, sendo assim, pela distância do aeroporto, ficamos de sair do hostel um pouco antes das 11h. Acordamos então tranquilos, tomamos o café da manhã no hostel, fizemos check-out e ficamos na área comum brincando com o Rhu até chegar esse horário.
Se despedindo do nosso anfitrião
Descobrimos que a forma mais barata para ir de Medellín ao aeroporto era um ônibus comum cujo terminal ficava atrás do Hotel Nutibara, em frente à Praça Botero, então foi pra lá que rumamos. Demos mais uma última curtida nas esculturas de Botero da Praça e se dirigimos para a Avenida Maracaibo, bem atrás do robusto prédio do Hotel Nutibara em frente à Praça onde, no cruzamento com a Carrera 50a, foi muito fácil encontrar vários micro ônibus com o letreiro "Aeropuerto" no parabrisa.
O ônibus custou 9.000 COPs na época e em menos de uma hora chegamos no grandioso Aeroporto de Rionegro, numa paisagem de completa serração e um friozinho considerável. Como chegamos cedo, ficamos de bobeira no aeroporto um tempão, como sempre (e como sempre, melhor prevenir e chegar cedo).
Compramos a passagem para San Andrés pela companhia Low cost colombiana Vivacolombia, por 99.000 COPs por pessoa. Como toda boa lowcost, esse valor só inclui a passagem e uma bagagem de mão com limite de dimensões e peso, não podendo escolher assentos, despachar malas e nem fazer check in no aeroporto. Como não sabia se teríamos internet ou se acharíamos algum lugar para fazer o check in e imprimir os bilhetes, acabei optando pela passagem com a possibilidade de fazer o check in do voo no aeroporto, pagando 10.000 COPS a mais. O problema é que, ao fazer o check in no guichê, a atendente acabou por medir e pesar nossas mochilas e, ao colocar na "caixinha" onde eles verificam se ela atende aos tamanhos permitidos, a minha mochila não coube inteira, passando do tamanho permitido. Um pouco "nervoso" digamos assim, já que despachar a mochila sairia mais caro que a passagem, fiquei ali enrolando e quando a atendente se distraiu e começou a atender outra pessoa, retirei a minha nécessaire da mochila, escondi atrás do balcão e recoloquei a mochila na caixinha, agora cabendo com folga, hehe. Chamei a atendente e mostrei pra ela e ela nos deu um ok, de que estávamos liberados, mas que passaríamos de novo por uma checagem na hora de embarcar (que saco). Foi a primeira e até hoje única vez que uma companhia aérea encrencou com nossas mochilas. Normalmente os atendentes veem que elas são pequenas (pelo menos em comparação às mochilas dos demais mochileiros ou malas de rodinhas) e nem dão bola.
Outra coisa que eu já estava meio agoniado era a questão da Tarjeta Turística, documento que você precisa comprar obrigatoriamente para poder acessar San Andrés, tipo uma taxa de preservação, com valor fixo (o mesmo valor independente dos dias que você vai ficar na ilha) de, na época, 210.000 COPs. Fomos informados que tinha que se comprar com a Companhia Aérea, tentamos comprar em Porto Alegre e não tinha, no Panamá não tinha e, agora, no Check in, perguntamos dela e a atendente só nos falou que isso era depois, na hora de embarcar que compraríamos. Achamos meio estranho mas tudo bem.
Já na sala de embarque depois, ficamos mais um tempo de bobeira já que estava cedo e, quando foi liberado o embarque e o pessoal começou a formar a fila pra entrar no avião, pra nossa tristeza, apareceu um fiscal da companhia aérea medindo as mochilas de todo o pessoal que estava na fila. Ele pegava as mochilas ou malas e enfiava na caixinha com as medidas permitidas para saber se a pessoa poderia levar elas como bagagem de mão ou não. Fomos pra fila então só depois que quase todo mundo já tinha entrado no avião e vimos que o carinha já estava mais "relaxado" na fiscalização e conseguimos passar sem ele verificar nossas mochilas, ufa! Só ali então, no balcão de verificação dos passaportes que conseguimos (somos obrigados né) comprar a tarjeta turística, que é tipo um papel de imigração que você tem que preencher com seus dados e entregar lá no desembarque no aeroporto de San Andrés.
O avião estava bem vazio, dessa forma, mesmo comprando a passagem sem direito a escolha dos lugares, conseguimos sentar juntos. Antes de embarcar ainda a polícia faz uma pequena revista dentro do avião com cães farejadores. A ilha de San Andrés, que faz parte da Colômbia, mas estranhamente fica mais próximo é da Nicarágua, inclusive há um posto fronteiriço nicaraguense por lá que depois visitamos até, pois dizem que é uma rota muito procurada para o tráfico de drogas entre os dois países.
Um pouco menos de duas horas depois, chegamos em San Andrés. Na aterrisagem já temos um gostinho da principal atração da ilha: o mar de 7 cores! Da janela do avião dá pra avistar aquele mar estonteante das mais variadas cores com tons esverdeados e azulados (acho que bem mais que 7 até).
Outra coisa muito boa também é que o aeroporto de San Andrés fica muito próximo do centrinho da ilha, uns 15 minutos caminhando! Acho que foi a primeira vez que chegamos num aeroporto sem precisar se preocupar com o transporte pro nosso hostel.
O hostel que escolhemos foi o El Viajero, que foi o único hostel que encontramos que ficasse no centro de San Andrés e que tinha os preços mais baixos, embora bem caro para os padrões colombianos (pagamos na época o equivalente à 55 reais a diária por pessoa) e não muito bem avaliado no booking.
No caminho para o hostel, vários locais, vendo que vínhamos do aeroporto, te saúdam com um "welcome to Colombia", muito simpáticos. Já percebemos de cara que San Andrés possui uma cultura única, muito diferente da Colômbia continental e mais com cara de ilha caribenha mesmo, com muita influência africana, do reggae e também inglesa, tanto na língua (a língua mais falada é o inglês e o inglês creole) quanto nas construções coloniais.
Uns 15 minutos caminhando chegamos no hostel. Realmente, a baixa nota de avaliação do booking corresponde. O hostel é grande, com vários andares (o que dá uma certa cansada já que os quartos ficam do quarto andar pra cima e não possui elevador) e bastante áreas comuns, sacadas, sala de jogos, cozinha grande, mas meio desorganizado. Sempre tinha fila pra falar com as atendentes da recepção e as geladeiras estavam sempre lotadas (e fedorentas), sendo insuficientes para toda a "população" do hostel, mas pelo menos o quarto era bem grande e confortável. E fica numa localização muito boa, a poucos metros da rua peatonal carrera 2 (peaton significa pedestres em espanhol), a principal rua do centro, só para pedestres, e a praia Spratt Bight, a praia central de San Andrés.
Até fazermos o check in e guardarmos nossas coisas, já havia caído a noite, então fomos só dar uma voltinha de reconhecimento nos arredores do hostel procurar um supermercado e um lugar pra jantar, visto que ainda não tínhamos nem almoçado. Porém, depois de pagar as tarjetas turísticas e o hostel, estávamos só com uns trocados, e a essa hora os bancos já estavam fechados para trocar nossos dólares e San Andrés não possui casas de câmbio. Tivemos então que voltar até o Aeroporto utilizar o único caixa eletrônico da ilha para sacar alguns COPs para passar a noite, os quais no fim nem utilizamos, visto que as coisas na ilha são muito baratas e nossos trocados deram pra jantar e ainda fazer compras.
Já sabíamos que, por ser considerada uma zona de fronteira, San Andrés possuía muitos free shops: Duty Free, Siñeriz, etc, igual as que temos aqui em Rivera na fronteira com o Uruguai, fazendo assim da ilha também um destino de compras para os visitantes. Porém, não sabíamos que toda a ilha é uma zona de livre comércio, o que faz com que tudo seja bem barato, apesar da logística difícil para o transporte de mercadorias. No supermercado comum, que pensávamos que as coisas poderiam ser mais caras por causa de estarmos numa ilha e por ser um lugar muito turístico, preços iguais ou mais baratos que no continente, com exceção da água que era um pouquinho mais cara só, visto que não existem fontes consideráveis de água na ilha. Inclusive uma curiosidade de San Andrés é que a água da maioria das casas (cozinha, banheiro e chuveiro) são provenientes do mar, passando por um processo de dessalinização superficial que a deixa salobra (bem bom pra pele e pros cabelos né?).
Depois de comprar suprimentos no supermercado, encontramos um restaurante caseiro bem simples do lado do nosso hostel com o prato do dia a meros 8.000 COPs. Pedimos um prato pra cada um e a comida era muito boa e farta, naquele mesmo esquema de sempre de sopa de entrada e suco de açúcar. De primeira então já havíamos descoberto nosso restaurante favorito para fazer as refeições durante os nossos dias na ilha.
Comida boa, barata e farta!
Depois de jantados, antes de voltar pro hostel pra dormir ainda passamos num free shop pra comprar um snorkel, para que não tivéssemos que ficar alugando todo dia e nos passeios. Pagamos bem barato mas no fim o barato saiu caro, já que o snorkel não vedava bem e ficava entrando água, mas esses detalhes ficam pros próximos posts.
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